terça-feira, 22 de abril de 2014

Rudimentar demais

Todo prazer é extremamente egoísta.
Não há gozo sem solidão.
Não há mal em falar isso, pois é a verdade.
Para quê polidez num assunto tão humano?
Não é assunto machista.
Fico possessa em pensar em não poder discutir reações químicas tão normais.
Tá bom, eu sei que o amor existe, pois eu também amo.
Mas quando falo de prazer estou falando de outro ponto.
Crucial demais para ser expressado, maduro demais para alguns seres.
E para simplificar, porque tudo que é complicado é chato, estou falando que egoísmo nem sempre é um pecado.
Porque é estranho não ser estranho. Porque é simples. 
E simples significa rudimentar. 
Rudimentar é primitivo.
Primitivo significa não ter desenvolvido.
E aí pergunto, pra quê perfeição naquilo que palavras não tem valor?

By Fabíola Sant´Ana

sexta-feira, 18 de abril de 2014

A flor da pele sem rimas

A flor da pele está. Nunca nega quem és.
Piadas não divertem... todos fingem graça.
Se a pele arrepia, nada mais sente.
O prazer intangível, a busca interminável e o sorriso.
O momento entranhado no cheiro.
A força de um pensamento capaz de alterar metabolismos.
Não enxerga nada, então semicerra os olhos para ouvir.
Mas são tantos discursos dissolvidos em silêncio.
Poucas coisas são tão boas do que as que antecedem o som do nada.
Porque o nada e o desejo combinam mais que tudo.
E sempre estamos demasiadamente afundados em nossa natureza, evitando qualquer indício de verdade, qualquer motivo de vaidade e se entregando a toda possibilidade.
E antes que rimas perpetuem, ligue a luz, saia e feche a porta.

By Fabíola Sant´Ana
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