quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Só traça

Só rasgos e buracos.
Tanta traça comendo nos cantos.
O barulho não suaviza mais meus ouvidos.
Abro caminho através das folhagens, mas a névoa é tão grande.
Me esforço, quase fecho os olhos e não avisto um palmo à frente.
A inquietude deslocou a paz para qualquer canto.
Tanta bagunça para ajeitar.
Difícil saber por onde começar.
É melhor calçar algo e pisar firme e forte. Nada de andar na pontinha dos dedos, cortando caminho e inventando motivos.

By Fabíola Sant`Ana

domingo, 10 de outubro de 2010

Chega!


Já foi o tempo de rir sem preocupação.
Tempo bom onde nada fazia sentido e tudo era divertido.
Eram tempos de correr por aí esquecendo da hora;
engolindo o lanche para não perder a brincadeira.
Fingindo não escutar a mãe gritar e sempre esquecendo o relógio em casa.
Que tempo gostoso!
Não tinha computador, nem celular.. os video games já existiam, mas não faziam tanto sucesso.
Bom mesmo era subir em árvore, brincar de polícia e ladrão e fazer trilha no morro aqui de trás.
Montar cabana no gramado e fazer comidinha "roubada" da despensa de casa era tudo!
Eu sei que minha mãe vai ler isso e agora vai descobrir!
Mas vai rir também e vai lembrar da sua infância correndo na beira do açude, subindo nos cajueiros, enterrando seus amigos na areia e inventando as maiores façanhas.
Percebi que não tenho dado uma infância assim ao meu filho.
Tanta tecnologia está cegando as crianças e a gente acaba embarcando nisso, sem perceber. Agora percebi...
Chega!
As coisas vão mudar aqui em casa. Ele vai me agradecer daqui uns 20 anos.

By Fabíola Sant`Ana

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Tempo, Tempo, Tempo....


Completei 31 anos e nada sei.
Nada sei sobre a amizade;
nada sei ainda sobre o amor.
Nada sei sobre a morte;
nada sei sobre criação.
O meu saber é ínfimo.
Queria saber mais. Queria ter tempo para absorver mais.
As minhas reflexões de 31 anos de vida me levam a conclusões vazias.
Não estou dizendo que sou infeliz. Pelo contrário, estou muito feliz.
Mas o que percebo é que ainda sou uma pessoa que aprendeu pouco sobre essa vida aqui.
Cheguei a esta idade rapidamente, mas deixei poucos rastros.
Eu quero mais. Eu preciso fazer mais.
Algum sentido a essa passagem por aqui preciso dar...
Deixar para o meu filho ensinamentos que o ajudarão.
A vida está passando e eu só trabalho.
Quando chega a idade do equilíbrio? Quando poderei desfrutar do tempo?

By Fabíola Sant`Ana

domingo, 19 de setembro de 2010

O tempo gira ao contrário

O tempo gira ao contrário...
Vai de vento em vento
trazendo controvérsias.
Vai de encontro a velhice mas não envelhece.
O encanto do tempo para quem o percebe.
Não tem ditado que dite a tua inversão.
Tempo que gira num clique;
Passa num instante;
Somem os dias;
Ficam as mãos que te tocam e materializam o tempo.
As horas que pulam, os minutos que ninguém percebe.
Tempo ingrato;
Tempo indolor;
Nada sente em ressentir.
Só faz confundir.
Te olho e vejo o tempo girar ao contrário.
Te olho agora.
Vejo que para alguns o tempo é certeiro. Isso precede minha agonia.
E mais certo ainda é estar contigo em tempos tão incertos e incoerentes.

By Fabíola Sant`Ana

domingo, 12 de setembro de 2010

Dentro de uma concha

Ando a viver literalmente cada dia de uma vez.
Mais uma vez fui de perto aberto.
Recebi o que não merecia.
Sofri sem entender.
Me enrosquei até entrar dentro de uma concha.
Me vesti de farrapos e me entreguei aos meus travesseiros.
Não falei. Não gritei. Não evitei.
Me deixei consumir e esforço não fiz.
Me entreguei.
Já passou. Um novo dia chegou.
Mas senti até tudo doer e vergonha não tenho. Nem lamento.
Me relembro apenas, pois o intervalo de tempo suficiente ainda não é para me fazer esquecer.
Só mais alguns dias...
É o que eu preciso.

domingo, 5 de setembro de 2010

Menos aqui

Estou lá, por ali... menos aqui!
Sumi!
Entristeci...
Enlouqueci...
Não enriqueci.

domingo, 29 de agosto de 2010

Saudade

Saudade do que éramos quando estávamos juntas;
Saudade de sua risada inigualável;
Saudade de mim;
Saudade de você;
Saudade dos "buxixos" e "futricos";
Saudade de suas exclamações.
Saudade da amizade que se esvaiu sei lá pra onde e nem porquê...
Saudade que ficou e que paira aqui dentro de mim...
Tantas lembranças boas;
Tantas histórias só nossas...tantas versões e tantos borrões.
Não importa...
Quem sabe um dia....

domingo, 18 de julho de 2010

Tudo nublado


Tem dia que nada faz mudar..
...mas não é culpa do nublado do céu com tantas nuvens escuras, estranhas e densas.
Tem dia que nós estamos assim, meio cobertos de nuvenzinhas pretas.
Tudo estranho, sem explicação.
Tudo aborrece, sem indagação.
Tudo incomoda. Só interrogação!
Só chuviscos anunciando um aguaceiro.
Nuvens esparsas.
Céu azul entremeado por nuvens insistentes.
O silêncio entremeado por abraços que falam.
Um dia de "eu não me aguento!".
Só um dia nublado.

By Fabíola Sant`Ana

domingo, 11 de julho de 2010

Fosco


Vermelho fosco... assim estão minhas unhas.
Assim estão também meus pensamentos.
Olho para o lado e vejo sempre a mesma pessoa.
Sou eu com outras cores e com outras dores.
Preciso me esconder para esquecer meus tormentos.
Mas tão vital é voltar.
E eu volto igual no sorriso, diferente na vontade.
Igual na aparência, diferente nas virtudes.
Igual nas atitudes superficiais e diferente no meu íntimo.
Querendo tudo e querendo mais.

By Fabíola Sant`Ana

domingo, 4 de julho de 2010

Não importa


Nossos sonhos se encontram e falam bem mais que nós.
A certeza das nossas incertezas nos calam e tem o mesmo poder de nos transformar em tagarelas.
Falar aos teus ouvidos é muito bom.
Nem sei se em todas às vezes sou de fato compreendida mas isso não importa.
Eu quero é a presença, teu ouvido e teu pensar.

By Fabíola Sant`Ana

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Toda atrapalhada mas a copa do mundo é nossa...


A cada gol eu grito e me desespero também.
Todo mundo feliz e fantasiado.
Barulho de corneta virou música sinfônica contemporânea.
Se antes eu já vivia correndo de lá e pra cá, tive que acelerar três vezes mais o meu ritmo (que já é consideravelmente acelerado) para conseguir deixar o trabalho em dia e correr para casa para torcer junto com a família.
E hoje o Brasil ganhou! Isto significa que nessa sexta já teremos outro jogo. O que significa também que sairei tarde do trabalho nos três dias que antecedem a sexta.
Estamos indo para as quartas de finais e eu já estou cansada de fazer essa logística.
Tá, eu sei!!!Eu fico parecendo a chata reclamando enquanto a maioria dos brasileiros está adorando os festejos e essas folguinhas durante a semana.
É que a realidade para mim é essa mesmo...Os prazos de entrega dos projetos e tarefas não foram reajustados por causa dessas folguinhas e enquanto todo mundo só pensa em Dunga e Cia, eu fico mesmo entre um gol e outro organizando mentalmente como será o meu dia seguinte, antecipando um processo que sempre inicio pelas manhãs.

Bjs Dunga....Vuvuzela neles!!!

domingo, 13 de junho de 2010

Namorado, Namorada


Namorado, Namorada
Nada se compara!
Namorado que cozinha e me alivia;
Namorada que sorri e contagia;
Namorado inventivo;
Namorada criativa;
Namorado em cima das cobertas;
Namorada em baixo delas;
Namorado a la Mexicano;
Namorada a la Moscatel;
Hora de ir!
Happy Valentines Day for all!!!

Contos do cotidiano de uma mente viajante

Quando ando pelas ruas a impressão que tenho é que conheço cada pessoa que vejo.
Sinto que todos tem algo de parecido entre si e principalmente comigo.
Fiquei sentada naquele ponto de ônibus por intermináveis 20 minutos.
Cada um que chegava, que subia ou descia de um ônibus me chamava atenção.
Eu não consigo parar de olhar para as pessoas.
Tenho a sensação que de uma forma ou de outra somos todos iguais.
Na minha cabeça passo a narrar a história de cada indivíduo.
Uns diriam que eu sou uma fofoqueira que fica olhando tudo e todos.
Mas eu aprecio o ser humano e quando os observo, na verdade estou a observar a mim mesmo, buscando respostas e me divertindo ao mesmo tempo.
Minha mente sintetiza tudo que que meus olhos vêem e mesmo sem perceber uma história já está sendo contada.
Pode ser triste ou bela, mas sempre rica de detalhes, cotidiana como num conto, por isso sempre sem um fim. Isso me mata!

By Fabíola Sant`Ana

domingo, 16 de maio de 2010

Espelhos

Preciso do seu silêncio amigo,
cúmplice das minhas inseguranças.
Preciso do seu calar, do seu tentar.
Não olho para o espelho porque esse não sou eu.
Me confundo ao ver essa imagem que pouco diz.
Não.. ainda não diga, não fale.
Não vou impedir de observar.
Suas palavras mudas dizem mais.
Essas que estão aí querendo ser cuspidas e que já posso ouvir.
Falam de nós, falam de mim, falam dos reflexos do espelho.
Quebrado e totalmente rachado.. faltando pedaços.
Mas ainda me vejo e isso é que importa.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Não vou machucar

Ele me olha e eu finjo não perceber.
Me arrepio por completo.
São olhares furtivos. Querem me desconcertar.
Mas nem vem que não tem.
Hoje sou eu que vou olhar e eu que vou dizer.
Sou eu que vou na frente.
Sou eu que vou me divertir, vou fingir, vou encenar.
Eu posso brincar. Não vou machucar.

domingo, 9 de maio de 2010

3000 visitas


Agora que vi que já são 3000 visitas.

Obrigada ou Obrigado se diz em tantas situações.
Quando pouco se quer e muito se ganha.
Obrigada dizemos por tudo
e por nada.
"Obrigada" nas entrelinhas ou num cochicho.
Às vezes de mentira ou nem tanto. Só um costume.
O meu é de agradecimento mesmo.
Agradeço por cada palavra que fui capaz de registrar aqui e por sempre voltar.
Obrigada por cada um que leu meus pensamentos.
Até pelo pouco tempo que tenho, agradeço.
Assim não banalizo minhas inspirações e não me obrigo mesmo a estar aqui quando não quero.
Thanks!!!

Registros


Ele pega a câmera e mais uma foto é tirada.
Temos mais um registro inusitado do cotidiano.
Suas pequenas mãos seguram firmemente a câmera e seus dedinhos apertam incessantemente o botão.
A claridade do "flash" me cega por alguns segundos, mas eu sorrio para a foto.
O dia foi meu mas quem registrou foi ele. Não podia ter sido melhor.
A visão de uma criança é sempre melhor do que a nossa.

Escolha altruísta

Mãe!
Sempre presente e amiga,
Muito mais que amiga... Permanente!
Piegas mas não é brega
Protetora sim, mas sem ser pegajosa.
Tem licença para errar,
Autoridade para reinar!
É rainha de sua casa,
e mulher antes de mais nada.
Não tem adjetivo que a defina,
Mas tem a vida que
Deixa marcas nunca esquecidas.
Marca de quem gera e cuida.
De quem se esquece e se esvai em preocupação.
De quem acorda e dorme pensando nos filhos.
De quem ama incondicionalmente.
Marcas da escolha mais bonita e
Mais altruísta: a escolha de SER MÃE.

domingo, 25 de abril de 2010

A espera infundada

Foram alguns dias esperando e nada do carteiro entregar a tal carta.
Sentei no banco de madeira instalado no meio da varanda e me pus a esperar.
Passei para a rede, me balancei até que cochilei.
Acordei assustada, andei até a caixinha e nada.
Olhei para o relógio e já era final de tarde. Não ia chegar mais.
Respirei fundo porque eu sabia, mesmo não querendo acreditar, que aquela espera era infundada.
Ainda sim eu não entendia a desaprovação das pessoas pela minha espera.
Já era o trigésimo dia.

By Fabíola Sant´Ana

sábado, 24 de abril de 2010

A vitrola e o vinil



A contestação de que o passado faz falta é ver a vitrola e os vinis empoeirados de volta ao quarto.
É literalmente uma entrada no ônibus espacial do passado.
Impressionante como um ritmo e uma melodia pode nos levar em pensamento a tempos que nunca vivemos.
No mínimo eu diria que a sensação não é de nostalgia, mas sim de saudade de uma época que conhecemos e participamos pouco. Tudo que sabemos vem através das histórias contadas pelos nossos pais e avós.
Eu adoro esse mundo tecnólogico, a facilidade de baixar quantas músicas eu quiser através da internet, carregá las no meu celular e no meu ipod e ainda plugar meu MP3 no meu auto rádio fazendo minha própria programação.
Mas eu preciso confessar que ao presenciar hoje a ansiedade em reviver os vinis, reinstalar a vitrola, tirar a poeira e depois ver toda a família junta redescobrindo cada música, cada acorde, rindo das capas que incontestávelmente são uma arte à parte, me fez ver um pouquinho que como deveria ser uma época onde música não era apenas som.

By Fabíola Sant`Ana

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Quanta alergia!!

Não aguento mais tanta alergia!
HELP!!!!!

domingo, 18 de abril de 2010

Paixão - faca de dois legumes!!!


Outro dia fiquei pensando até onde vai a paixão.
Sabe, já me apaixonei muitas e muitas vezes e quando fecho os olhos e tento me lembrar vejo claramente as burradas que fiz levada por esse tal sentimento.
Engraçado que no momento em que isso acontece não vemos mesmo essas coisas.
E nem adianta ninguém falar nada.
Ficamos tão envolvidos? não sei se seria exatamente essa palavra, ficamos mesmo é encurralados, sem saída e gostando disso.
Depois que encontrei o amor percebi que vivenciar uma paixão é muito bom, a não ser pelo tom irracional que ganhamos e damos a nossa vida depois disso.
A sensação de estar dominada por um sentimento, só de pensar, me dá agonia.
Pois todas as vezes que me apaixonei loucamente me senti assim.
Sabe quando a mente fica consumida por um único pensamento e a sua vida fica em função de alguém inteiramente? Você já deve ter sentido isso e sabe que na época foi bom até quando chegou o dia que acabou e você olhou para trás.
Hoje tenho paz, amor, momentos de paixão e tranquilidade.
Demorou muito tempo para eu entender isso.
Entender que o amor é algo tão especial que não é capaz de gerar sentimentos agonizantes e nem de tirar o sono. Na verdade nos liberta mesmo.
Isso não é demagogia como eu achava.
Se eu tiver que olhar para trás nesse relacionamento que vivo hoje, só terei as melhores recordações e lembranças.
Diferentemente das paixões que já tive, que apesar de prazerosas, nunca foram suficientes e nunca, nunca mesmo me deram paz.

.........:)

......
- Oi, Tudo bom?
- Tudo sim. E com você?
- Bom é pouco!
- me conta, vai?
- Não posso mesmo. Não fica triste não!
- Triste com você? nunca, né! só não sei onde vou enfiar tanta curiosidade.
- rsrsrsrsr. Eu entendo perfeitamente!!! Acho que eu morreria.
......

domingo, 11 de abril de 2010

Meu velho

Oh meu velho, venha cá?
Me faz um chamego e me embala.
Já faz tanto tempo, não é?
Estava aqui pensando naqueles dias.
Você lembra dos nossos primeiros anos juntos?
E agora já se passaram trinta.
E tem filhos, netos e tudo que temos direito nessa bagagem.
Não sei exatamente o que mudou, o que sei é que continuo adorando ver as estrelas com você.
Ainda quero papear horas a fio e viajar nos teus argumentos.
Seu cafuné ainda me faz dormir e sonhos bons me trazem.
Venha cá e sorria.
Hoje eu entendo o que diziam sobre "Onde vc encontrar a paz, lá será seu refúgio".
Obrigada!

By Fabíola Sant`Ana

sábado, 10 de abril de 2010

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Falei e pronto!

Eu não acredito que no meio desse caos todos que estamos vivendo aqui no Rio de janeiro, ainda vai ter jogo hoje no Maracanã.
Falta bom senso ou eu que sou louca de pensar que isso não faz o menor sentido?
Baseada em qual justificativa plausível isso não poderia ser adiado?
Eu não entendo nada de futebol, nem de calendários de campeonatos. Entendo de gente.
E o que temos agora é um monte de gente sofrida e sofrendo.
Não deveríamos estar com nossos reforços todos concentrados nas áreas que sofreram e que ainda sofrem?
É por isso não acredito que algo vai mudar na esfera do poder.
Então só me resta crer que individualmente, cada um de nós, é que temos que mudar.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Sem lei no caos

Nunca presenciei tanta chuva estando na rua.
Me senti numa cidade sem lei.
Lembrei do livro " O ensaio sobre a cegueira" de José Saramago.
Lá o caos é retratado de forma tão surreal que nos faz temer a própria humanidade.
Ontem me senti assim com medo das pessoas também.
Parecíamos insanos numa cidade caótica.
Enquanto alguns largavam seu carros, outros iam na contramão.
Enquanto uns choravam, outros se arriscavam.
Eram tantas pessoas andando na rua.
Eu olhava para seus rostos e em cada um via uma expressão diferente. De alguns eu tinha medo e com outros me solidarizava.
Fechei os vidros.
Entendi que é mais do que óbvio que não existe autoridade ou poder maior numa sitação de caos.
O que manda é o instinto selvagem mesmo.Cada um faz a sua própria lei e pronto.

domingo, 4 de abril de 2010

Todo dia igual a todo dia....

Ela nunca coloca o despertador.
Acorda descabelada e sai correndo pela casa.
Procura o banheiro e joga água na cara.
Fala um dialeto estranho e enrolado.
Ninguém entende e ninguém dá ouvidos.
O café agora morno é o que resta.
Graças a Deus a marmita empacotada está.
Agora é só bochechar bastante e lavar os dentes.
Não dá nem tempo de sorrir para os vira latas.
É que o 241 tem saído no horário.
Deixa para curar a fome matinal com o pão de queijo na esquina da descida do ônibus.
Até lá é melhor nem pensar.
Sua única promessa em pensamento é que mais tarde ao voltar para casa, ela vai colocar o despertador.
Será?

By Fabíola Sant`Ana

Crianças capitalistas selvagens

Chocolate?
Esconde-esconde
Achou?
Radinho, microfone, carrinho.
Que criança quer chocolate?
Abre o ovo, tira o brinquedo e enfia tudo na geladeira.
Seu coelhinho, olha lá que você vai trazer?
A páscoa é de brinquedo, não esquece?
Tudo descartável.
Crianças capitalistas selvagens.
Culpa minha e sua.
Aqui são 10 ovos apinhados e mais 10 brinquedos jogados.
A verdade é que gostava mais na minha época onde chocolate era chocolate.
Pena que acabou.
Isso sem falar que as crianças hoje não fazem a menor idéia do verdadeiro sentido da data e o porquê da existência da mesma. Os pais também não sabem....

Natureza Humana

Já nem mesmo sei onde procurar e o que encontrar.
Já nem mesmo sei o que me leva, só sei que estou no caminho.
Já nem me lembro se um dia eu vi os detalhes que hoje eu percebo.
Já não compreendo como me acorrentei.
Essas amarras ilusórias me marcam mais do que uma tortura verdadeira.
Se não entendo nem o que sinto como posso entender o que pressinto?
São tantas coisas que não abro mão.
Não sei simplesmente ver a vida passar.
Eu retorno ao ponto de partida procurando por um novo começo todos os dias e todas as noites.
Eu não deixarei as noites perderem o seu sentido.
Eu me vejo maior do que isso, maior do que o zumbido, do que a vontade descabida de pensar em momentos onde a mente precisa descansar.
Eu até me proponho a rir de tudo isso. Eu quero rir mesmo, gargalhar até engasgar, me cansar, me jogar de corpo e alma e me entregar.
A fé eu não procuro, eu sei que a tenho.
Não canso de falar com Deus.
Eu me canso é de contar a mesma história todos os dias.
Isso tudo já está muito chato e já me encheu.
Então agora desabafei, embora sem rimas e sem refrões.
Nem sempre posso ser bela.
Nem sempre posso ser perfeita.
Mas sempre posso ser humana.
Natureza humana.....

Eu vejo a vida de cima de um muro alto

Eu vejo a vida de cima de um muro alto. Tenho a sensação que todos marcham.

De segunda a sexta você cumpre o protocolo profissional.

De segunda a segunda você cumpre o papel familiar. Esse é eterno enquanto você estiver aqui.

Hora pra acordar. Hora pra dormir. Sem hora marcada para pensar.

Ouvidos atentos a qualquer instante. Quando te chamam, você prontamente atende.

Vc desperdiça cinco horas no trânsito todos os dias. A corrente te leva. Vc nem ousa mas resmungar.

Veja os soldados marchando em direções opostas. Até se esbarram, mas não perdem tempo.

Dão passadas largas porque os ponteiros do relógio continuam em movimento constante e certo.

Não dá para parar quando tudo continua em movimento. Não ouse. Não se arrisque. Não contrarie.

por Fabíola Sant`Ana

terça-feira, 30 de março de 2010

Saudade

Saudade... palavra misteriosa.
Sentimento presente..
Sentimento ausente( não para mim!).
Hoje estou com saudade de sentar no colo do meu pai,
de dançar com minha mãe com flores decorando nossas cabeças.
Hoje estou com saudade de implicar com minha irmã,
de fingir que sou patinadora e que sou amiga da Madonna( rsrsrs).
Saudade da minha cabeça inocente, sem maldade e sem retoques.
Saudade de colocar o gibi entre os livros.
Saudade de falar mesmo que não quero e pronto.
Saudade do meu tempo ocioso.
Saudade da minha cabeça juvenil, que de tão incoerente deu trabalho.
Hoje tenho saudades do pão molhado dentro do café e do bolinho de arroz que só Vó Ziara sabia fazer.
Saudade das reuniões familiares, até das brigas. Nos importávamos uns com os outros muito mais do que hoje.
Saudade do quarteto do Rainha dos Corações, das fofocas e das risadas.
Saudade de você e de mim.
Saudade do dia de ontem que deixei passar sem estar mais presente na sua vida.
Hoje eu saudo aquilo que pude ter.
Hoje agradeço as saudades que ajudaram a construir o que sou.
Hoje peço para não esquecer de saudades deixar e saudades colher.

by Fabíola Sant`Ana

sábado, 13 de março de 2010

Bicudas

Pq não me procurou?
Até onde vai o seu orgulho?
Percebo que vai longe.
Não somos duas bicudas.
Saiba que desta vez sou eu que te espero. O tempo que for preciso, o tempo que vc precisar.
Tenho tanto pra falar mas isso não me impede de escutar.
Nunca fui inflexivel. Não serei dessa vez.
E aqui agora ao som do luar e do mar dedilho sobre essas pequenas teclas apenas pra dizer uma boa noite.
Espero pelo amanhã para que barreiras sejam explodidas com o som do meu sorriso aparentemente despreocupado

quinta-feira, 11 de março de 2010

Tu lá e eu cá

Mil maneiras de brigar,
mais de mil palavras a falar
mas agora quero me calar,
pensar e racionalizar.
Não tô para brincar,
portas fechadas e
plaquetinha "Não perturbe!".
Lá pelas cinco da manhã, quando eu acordar e passar o café, quem sabe?
Quem sabe não trocamos algum "bom dia"?
Até lá é melhor tu lá e eu cá.

By Fabíola Sant`Ana

Notícias



Depois de tanto esperar... a notícia boa chega.
Não tão boa assim, mas melhor do que o esperado.
Você brinda comigo?
Acho que devo ficar feliz, ainda que não seja a 8ª maravilha do mundo.
Passei por mais uma tortura. Ele realmente não se cansa.
Mas e eu?
Cansada não, nem amargurada. O melhor para definir seria "sem sentimento".
Há algo pior do que isso?
Não vejo a hora de suspirar de alívio.
Puxar o ar do fundo da alma e soltar bem devagar levando todos os males por aí...para longe de mim.

terça-feira, 9 de março de 2010

Tão insignificantes somos


A terra desceu,
as pedras rolaram.
A chuva veio junto com o ciclone.
Não sobrou rua sem água,
carro sem lama nem pés limpos.
Tão insignificantes somos.
O pior fica para o dia seguinte.
É pá para tirar areia,
É choro pelas perdas,
É balde na cabeça.
Senta e vê o noticiário que pior ainda pode ficar.
E agora o sol volta. Dia lindo, azul, barulho de pássaros...
E quem acreditaria que tudo aconteceu? até vc já esqueceu.
A esperança retorna sempre.

By Fabíola San`t`Ana

Boa Noite?


Queria tanto dormir uma noite inteira.
Esse ato que para tantos é tão natural, confesso que para mim é um tormento.
Eu sei que a insônia tem sido mais corriqueira na vida da população, mas eu conheço tantas pessoas e a maioria não tem problemas de sono e até dormem demais.
Sendo assim sou minoria mesmo.
Tenho uma inveja branca desses seres que fecham os olhos e em alguns minutos... adeus!
Olho para o meu filho a noite e o invejo também. Tão profundo, tão relaxante....
E eu fico também de olhos fechados tentando ficar insconciente mas completamente consciente das minhas tentativas.
Argh!
Detesto ter que recorrer a remédios porque apesar de me darem a tal esperada sonolência inconsciente, me deixam também com um péssimo "after day", porque o efeito se estende durante o dia me deixando muito lerda. E eu detesto não ter força para fazer a minha programação diária.
Até a próxima noite!

By Fabíola Sant`Ana

domingo, 7 de março de 2010

Mulher, mulher, mulher...

Mulher...
Como falar "delas"? Como falar de "nós" mulheres?
Heroínas, apaixonadas, dedicadas, preocupadas?
Mães, amigas, tão cheias de fé, protetoras?
Leoas, guerreiras e até muitas vezes um pouco loucas?
Mas o que diriam vocês, homens?
É! Você mesmo? Você, homem, que dela nasceu, que por ela um dia se apaixonou e que por ela não mediu esforços.
Foram nove meses te esperando, com enjôos, dores nas costas, muita fome... Sabia?
Lembra na adolescência quando seu coração disparou pela 1º vez? Foi por uma menina e desde aquele dia você passou a não se ver mais sozinho nesse mundo.
Quando a viu entrar na igreja para se tornar sua esposa, se sentiu a pessoa mais feliz do universo, não foi?
Mulher linda, delicada, com defeitos perfeitos, complicada e ao mesmo tempo adorável.
Como não adorar quem cuida de você?
Como não adorar quem se preocupa com seu olhar? Que sabe assim que te olha que algo não vai bem e se empenha em fazer tudo melhorar?
Como não lembrar aos risos dela reclamando toda vez que você não atende ao celular ou quando se atrasa para o jantar?
Às vezes ela te irrita com essa mania de perfeccionismo e limpeza. Nada pode ficar fora do lugar, mas então porque você cisma em deixar os sapatos e meias jogados pela casa? Até parece que gosta de ouvir ela irada...
Como não agradecer por quem nunca esquece de você em suas orações?
Como não adorar essa mulher incansável? Lutadora, cheia de metas, cheia de sonhos e que não te deixa desistir?
Como não amar quem te dá um filho? Como não querer estar ao lado dessa mulher que te diz todo dia que você é lindo?
Até naqueles dias de TPM, onde nada a agrada você não deseja estar longe porque é a sua mulher que também têm dias ruins e que precisa ser amada.
Amanhã é o dia da mulher, mas não precisamos de dia.
Precisamos somente que você nos valorize,ore por nós, nos ajude, nos dê seu ombro para descansarmos, que abstraia nossas irritações sem motivos, que nos dê as palavras que precisamos ouvir, nos dê amor e nos dê compreensão

Ah...Mulheres!

Ou você ama ou você ama!

Feliz Dia Internacional da Mulher!

By Fabíola Sant`Ana

quinta-feira, 4 de março de 2010

Um tempo viajando


Estive viajando..
mas não de um teritório a outro...
e sim no mundo paralelo dos pensamentos.
Tanto tempo sumida, tantas coisas para resolver...
Até ganhei de presente dores musculares com motivo desconhecido para os médicos, não para mim.
Eu me recuso a ter síndrome de velhice antecipada.
Sei que o tempo passa correndo mesmo e vai desmantelando não só nosso corpo. Ainda sim não aceito ficar reclamando de dor aqui e dor ali. Eu não quero.
Eu quero mesmo é poder reclamar de outras coisas, da falta da luz daqui da rua, da falta de água nos dias ensolarados que agora se tornou rotineira, do vizinho com seus oitocentos cachorros que uivam e não me deixam dormir, da falta de dinheiro para fazer viagens mirabolantes... e por aí....
Dessas coisas eu até reclamo e é bom porque alivia.
E parando para pensar até que essas chateações do dia a dia são providenciais pois nos fazem sentir mais vivos.
Porém tirando isso, restam somente os nossos problemas particulares...nossos traumas, alguns desgastes, sonhos que não se realizam, algumas metas difíceis de serem alcançadas, ânsias e até desejos proibidos. Essas lutas internas nos tiram mesmo o sono e é com isso que precisamos aprender a conviver.
O 1º passo é conhecer a si mesmo profundamente.
Hoje o texto tá meio assim confuso, eu sei.
Começando de um jeito, terminando de outro.
É só um reflexo da desordem atual da minha mente...
Mas feliz eu estou, não posso negar. :)

By Fabíola Sant`Ana

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Lixarada na praia


Indignação!
Foi o que senti ao chegar na praia no final do dia de ontem para contemplar o entardecer.
Minha gente, a praia tava um lixo! E olha que fui na reserva, hem? Lá é um pouco melhor.. acreditava eu!
Acontece que já era final do dia e a quantidade de pessoas era muito menor do que pela manhã, então o lixo se tornou muito mais presente de forma horrível e repugnante. Tive vergonha de estar ali e ver que pessoas da minha espécie são capazes de tal atitude. Fiquei imaginando quem seriam essas pessoas. Seriam mais novas ou mais velhas? Pais dando maus exemplos aos filhos? Adolescentes?
Sei lá...
Fiquei com raiva!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Obrigada!!!

Passando para agradecer as mais de 2000 visitas.



Eu cheguei aqui devagar,
Meio enferrujada e até preguiçosa.
De repente me vi fascinada novamente.
Consegui resolver muitas questões apenas colocando aqui as minhas pontuações.
Consegui interagir comigo de forma imparcial.
Pude homenagear pessoas e também me rebelar.
Afirmo que sinto um prazer imensurável e inexplicável nesse simples ato de escrever.
E adoro compartilhar este meu pequeno mundo cheio de bolhinhas...


"A felicidade não está em viver, mas em saber viver. Não vive mais o que mais vive, mas o que melhor vive."
(Mahatma Gandhi)

bjs

Bíola

domingo, 31 de janeiro de 2010

Rimas pra quê te quero?

Tá tudo igual, mas parece diferente.
Inusitado e até mesmo inconsequente.
Eu vou e volto todos os dias.
Fico a pensar interminavelmente.
Tudo mudou muito de repente.
Alterou minhas horas, meus planos e minha mente.
Com essas notas, eu fico por aqui.
Saltitando entre uma bolha e outra.
Buscando sim uma forma de encurtar a distância.
Economizando toda ânsia
e criando uma nova concordância.

By Fabíola Sant`Ana

Quando eu chorar, deixe como está


Quando eu chorar, deixe como está.
Não procure entender de imediato.
Não tente me dizer o óbvio.
Não acredito em obviedades nos sentimentos e é capaz de eu me irritar.
Pode achar que eu estou supervalorizando minhas lágrimas. Não é nada disso.
Você não imagina como é libertador.
Depois do choro, costumo ficar quieta.
Nessa hora analiso de forma criteriosa cada cena reproduzida pela minha mente.
Aqueles que são capazes de chorar e ao mesmo tempo analisar as reações de seu corpo e de sua mente, verdadeiramente se conhecem. Eu não temo aquilo que posso perceber em mim, até mesmo os maus e injustos pensamentos.
Mas se choro, é para aliviar todo o excesso e toda escassez.
Quando eu chorar, apenas me olhe.
E se eu quiser falar, apenas me escute.
E quando eu deitar no seu ombro, não me abrace, me aperte.
Me desculpe se pareço egoísta.
Eu também não gosto de parecer assim.
Só não quero que carregue a responsabilidade de me livrar de todos os males.
Você já é o melhor que pode ser.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Descalço

Andar descalço não me agrada, mas naquele dia eu necessitava sentir o chão.
Você me recriminou mas logo depois percebeu a sensação que aquele simples gesto estava me proporcionando.
Com os pés descalços, me libertei por pouco tempo da minha impecabilidade.
Aquele chão que sujava os meus pés me deixava comum.
Me mantive assim e fui até o carro calçada na minha imaginação.. fui pisando na árdósia, e depois no paralelepípedo... na terra...no asfalto...
Voltei então e permaneci assim até não suportar mais.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Não quebre...


" Tudo que se quebra e é consertado pode até servir, mas na maioria das vezes será o que na 1º oportunidade será deixado para trás ou será substituído."

Pensamento by Fabíola.

Passando por aqui para expressar as minhas metas de 2010.

1- Não quebrar...
...amizades;
...objetos;
...o amor;
...laços;
...corações;
...minha fé;
...confiança;
...meus sonhos.

Isso resume tudo!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Bolhas, borbulhas, borbulhantes...


Borbulhas,
Borbulhante.

O ano virou e as bolhas subiram.
Cada vez que olhei para o copo de champagne me encantei com as bolhas..
Um balé com sincronia, constância, intensidade e beleza. Perfait!
Nesse momento pensei na vida e comecei a metaforizar, o que é já é de meu costume.
Não é assim que queremos?

Intensidade de emoções,
Sincronia para nada dar errado,
Constância para termos equílibrio
e encontrar a beleza em tudo que buscamos?

Entendo então num piscar de olhos que ao segurar esse copo posso segurar também a minha vida.
Talvez nem sempre tenha um gosto que dê tanto "frisson".
Mas eu sei que ao me sentir responsável pela minha vida posso guía-la para os caminhos mais corretos que conheço, caminhos do meu coração, caminhos da minha fé, caminhos dos conselhos dados pelos meus pais que foram ouvidos e guardados.

Agora não são mais "bolhas de idéias" apenas.

Cada bolha tem sua função.
No champagne, as bolhas são na verdade elevadores para os aromas, o que potencializa a degustação.
Na minha vida, as bolhas de idéias potencializam os meus sonhos e são degraus onde a cada texto coloco para fora um pouco mais de mim e ao fazer isso me conheço e cresço.

Um Ano Novo borbulhante para todos que passam por aqui...
bjs

Por
Fabíola Sant`Ana
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