domingo, 22 de outubro de 2017


Burnout, meu querido

E de repente esgotei...
Na verdade ele se esgotou e me cutucou. 
Perguntou se eu não ia realmente dar atenção agora.
Me fiz de surda. É claro! Me fiz de muda também.
Peguei as folhas verdes e entrei nelas. 
Me balancei e me deixei voar.
Parecia uma idiota no mundo das idiotices de quem finge que não vê.
E lá permaneci. Não deixei nada, nem ninguém me incomodar.
Mas ele continuava me perguntando sem dó e nem piedade.
Tanta maldade e insanidade! Tanta chatice.
Porque me pressionar por uma resposta? Eu não sou burra.
Teimosia não é burrice, é só uma tentativa de ganhar tempo.
Sim!
Eu estava ganhando um tempinho para olhar pra você. Esse você que sou eu, no espelho da minha idiossincracia.
Esse tal de "burnout" que ouvi meio de lado, agora tinha que encarar de frente.
Voltei do balanço da rede e gritei, chorei e não dormi. 
Permaneci acordada mais uma vez como uma despedida da minha doce correria e hiperatividade.
E lá vou eu pisando em ovos, me redefinindo sem querer perder meu DNA construído por mim.
Assumo que não é nada triunfante, nem muito menos digno de mérito.
Sou o que sou. Não quero me perder.
Mas também não quero mais me esquecer.

By Fabiola Sant´Ana




Page copy protected against web site content infringement by Copyscape