Câmera Lenta

Ontem foi o chá bar de uma amiga que para mim é como se fosse uma prima. Nossos pais eram amigos mesmo antes de nós nascermos e antes deles mesmos se casarem. Então fomos criadas muito próximas uma da outra. Sempre chamei sua mãe de tia e ela sempre chamou minha mãe de tia.

E agora ela vai casar. Apesar de não sermos muitíssimo próximas, pois não nos vemos com tanta frequência, senti uma necessidade grande de estar perto dela agora. Parece que estou vendo um filme em câmera lenta.

O chá foi aqui em casa e foi muito engraçado. Mas para mim o mais interessante foi poder observar aquilo de fora. Ver um jovem casal se divertindo com os presentes que estão ganhando e curtindo as brincadeiras.

Cada talher, cada copo, cada pano de prato que ali estavam sendo dados irão fazer parte de uma nova história de amor, de um novo compromisso selado com a benção de Deus.

Cada objeto daquele ajudará a contar uma história.

Vai ter o jantar que ela vai preparar para ele um pouquinho desajeitada tentando não errar para que ele a elogie. Vai ter o pano que será usado por ele para enxugar a louça depois da janta. Vai ter também aquele cafezinho que será servido para as primeiras visitas e ela um pouco nervosa vai gritá-lo para que leve na bandeja até a sala.E um dia a pia vai entupir, e ele querendo ajudar vai fazer força e vai conseguir resolver. Ela vai rir e com um beijo vai agradecer.

O defeito dos casais é não ver a beleza na simplicidade do cotidiano. Talvez eu agora enxergue melhor, porque estou de fora observando o presente e vendo em câmera lenta o passado. Farei um futuro melhor.

Prima, cuide do dia a dia. Porque o resto vem como benção.