quinta-feira, 9 de abril de 2009

Ser de outro planeta




Então porque nos afobamos se não podemos fazer o tempo andar mais rápido?
Hoje pela manhã acordei meio assim sem saber que dia era hoje e o que tinha que fazer.
Mas depois desse breve desencontro rapidamente me lembrei do dia que me esperava.
Meu filho doente com laringite, a dúvida de ir ou não trabalhar e a ansiedade pelo feriadão.
Às vezes essas perdas de memória, mesmo que breve, são boas. A gente se sente parte de nada, se sente um pontinho perdido na imensidão, desgarrado de tudo e flutuando.
Mas é lógico que voltar a realidade é melhor ainda.
Lembrar ao que pertencemos, mesmo sem saber qual o real motivo de estarmos aqui, é muito bom.
Eu desisti de me questionar se sou apenas um ser um humano, se sou uma espécie deste planeta entre tantas outras espécies que possam existir e desisti também de entender porque temos que correr tanto, trabalhar tanto, amar e sofrer tanto, se só ficamos vivos por 100 anos.
É tão pouco tempo que não dá nem para acreditar. Se você parar para pensar realmente nesse tão pouco tempo, você pira. Então eu não quero mais pensar nisso pq muitas coisas começam a perder sentido.
Acabei não indo trabalhar para que psicologicamente e emocionalmente meu filho se sentisse amado e protegido. Eu gosto de ficar olhando ele, mesmo à distância.
E hoje ele está percebendo que está melhorando e já quer abusar.
Mamãe, posso andar de bicicleta? Não
Mamãe, posso brincar na varanda? Não
Mamãe, posso isso, posso aquilo? E eu falo, não, não, não
E é claro que este pingo de gente não entende que eu quero preservar sua saúde e fica de birra comigo. Mas no fundo do coração dele há uma grande felicidade de eu estar aqui hoje para poder lhe dizer não ( já que sempre estou trabalhando!). Então acredito que me faço bastante presente com os meus “nãos”.

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